quinta-feira, 15 de setembro de 2011

Cigarros e desilusões

   Justo num momento em que eu deveria sentir um misto de tantas coisas diferentes, tantas emoções frustradas. Logo no momento apropriado para externar tudo o que eu havia pensado e treinado dizer inúmeras vezes, justo no momento crucial entre o agora e o adeus, tudo o que eu conseguia sentir era o gosto do cigarro e o toque firme que me apertava contra si como se fosse a única chance que tinha para fazer tudo aquilo que fazia, que queria fazer, que queria dizer, como se todo o mundo e as nossas vidas se resumissem àquele momento ínfimo em que me apertava forte e exalava aquele cheiro forte e amargo de cigarros e desilusões que lhe era tão característico. E tão rápido quanto veio se foi, e me dizia com a voz sem emoção meu bem, não se preocupe, que eu, como tudo na vida, hei de passar. E cumpriu.

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