sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

Diálogo

     A regra era clara: Tudo era permitido, menos olhos nos olhos. Muitíssimo arriscado olhar nos olhos de alguém. Perigosíssimo. Andávamos por aquelas ruas de noite quente - Imagine só, eu andando na rua de noite. Uma mariposa circulava a lâmpada do poste. Toda mariposa gostaria de ser borboleta, não me pergunte como eu sei. Eu era uma mariposa, mas não aquela noite.
    - Eu queria ser uma borboleta, toda pequena e delicada com minhas asas frágeis. Acho lindo mulher pequena.
     Silêncio.
     - Você é bonita. Muito bonita.
     - Obrigada - respondo e desvio rápido o olhar antes que o dele me pegue e aí vai ser um Deus nos acuda. Perigosíssimo isso de olhar nos olhos. Obrigada, muito obrigada. Ele jamais saberá porque eu agradeço.

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